NASA como força motriz na indústria cosmética
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NASA como força motriz na indústria cosmética

Jul 21, 2024

Para a maioria das pessoas, obter informações sobre um tratamento para atenuar manchas, reduzir rugas ou celulite ou esticar a pele é comparável a fazer um exame de física ou química: a linguagem pode ser um pouco complicada. Tudo isso começou há cerca de 40 anos, quando o físico aeroespacial da NASA Max Huber, após sofrer queimaduras tremendas no rosto enquanto realizava um experimento químico em seu laboratório, decidiu criar sua própria cura. O resultado seria o famoso (e caríssimo) creme La Mer (preferido de Jennifer Lopez), com biofermentação de diversos tipos de algas marinhas.

Para continuar com as referências espaciais, aqui vai um fato interessante. Para manter limpas as superfícies das naves espaciais, os cientistas da NASA utilizam nanoprata, um material com propriedades antimicrobianas conhecidas, em vez de recorrer aos vapores que os produtos de limpeza normais emitem. As nanopartículas de prata são desinfetantes poderosos, porque fungos e bactérias morrem ao entrar em contato com elas. Pois bem, na área de cosmética, existe uma linha facial com fórmula patenteada (Silver Hydrosol & DHA HP) que utiliza prata coloidal como ingrediente principal.

Joy Isaacs é a fundadora da Argentum e, com a contribuição do cientista Gilbert Mouzin, baseou sua linha de produtos na eficácia dos princípios ativos da prata. La Potion Infinie (produto estrela da Argentum) promete tratar manchas, rugas e flacidez. Conclusão: esteja você no salão de beleza ou em órbita, a higiene é fundamental. Outro caso semelhante é o dos cremes com textura de aerogel (evanescentes, leves, arejados), que se beneficiam da tecnologia Active Rush originalmente desenvolvida pela NASA para isolar ônibus espaciais. Hoje é usado em produtos para a pele como um hidratante leve e respirável (Olay Regenerist Whip é um deles, e Clarins e L'Occitane também possuem cremes com texturas semelhantes).

Indo um passo adiante, entramos no complexo mundo das máquinas. Na era da inteligência artificial, as máquinas utilizadas no mundo da estética são capazes de detectar tudo o que a nossa pele necessita. Há alguns anos, a tecnologia de iluminação usada para cultivar plantas no espaço tem sido aplicada às células humanas para promover uma cura mais rápida, tanto na área médica quanto na estética. NASA usa luz LED em suas plantas; pesquisadores aeroespaciais descobriram outros benefícios desta luz na Terra – especificamente, em tratamentos para retardar o envelhecimento (reduz rugas, manchas, acne e rosácea). A luz infravermelha próxima penetra na derme em um comprimento de onda específico, ativando uma regeneração celular mais rápida e saudável sem causar queimaduras.

Os dois mais recentes lançamentos de luzes LED estéticas vêm da marca sueca Foreo. Sua máscara antienvelhecimento FAQ 202, com oito comprimentos de onda diferentes (incluindo infravermelho próximo), pode acessar as camadas mais profundas da pele, enquanto a máscara Unicskin se adapta ergonomicamente ao rosto. Ambos os dispositivos podem ser usados ​​em casa, embora não sejam baratos (aproximadamente US$ 850 e US$ 350, respectivamente). Natalia de la Vega, fundadora dos centros de beleza Tacha, aplica há muito tempo a terapia de luz LED. “A NASA descobriu esse tipo de luz para acelerar a cicatrização e cura de astronautas em atmosfera de gravidade zero. Foi então que os laboratórios Dior criaram uma máscara de luz vermelha com Lucibel, especialista em fotobiomodulação. Seu design evoca o oval do rosto e oferece pele mais luminosa, firme, tom homogêneo e poros fechados”, explica.

Outro campo desenvolvido na NASA tem sido o uso de certos lasers capazes de medir a diferença de densidade e volume entre as copas das árvores e o solo a partir do espaço; uma informação valiosa que serve para estudar a cobertura arbórea e as mudanças climáticas, estimando o nível de vegetação. Quanto ao papel do laser na beleza, um dos mais recentes que os dermatologistas usam se chama Endolift. O dermatologista Carlos Morales o define como um laser intersticial para endurecimento não cirúrgico da pele. “O problema com a maioria dos tratamentos de endurecimento não cirúrgicos é a pouca capacidade de atingir as camadas profundas da pele sem danificar as camadas superficiais. Este laser é composto por uma fibra óptica de 0,3 milímetros que introduz energia e tensiona a pele por dentro; sem dúvida, um dos maiores avanços no rejuvenescimento da pele”, destaca. O laser é a “arma perfeita” para penetrar mais fundo na pele (o mesmo aconteceu com o laser de diodo que remove os pelos), assim como fazem os aeronautas que estudam as florestas de cima com seus lasers precisos.